quinta-feira, 10 de julho de 2014

Altar

Se eu puder roubar uma frase típica do vocabulário masculino, digo: te homenageio todos os dias. Durante o banho, antes de dormir, sozinha na sala, em pensamentos.Faço aposta comigo de quantos orgasmos eu consigo até pedir arrego a mim mesma. E te chamo em cada um deles. Grito tanto que, se tirares os fones aí, vai ouvir um grito agudo e manhoso, seguido de um 'aah' cheio de tesão por um corpo ausente.
Na verdade, homenagem é pouco. Faço santuário, faço o corpo inteiro tremer, latejar e esquentar. Rogo praga por estar sozinha e desperdiçar meus gritos longe da tua orelha quente, da tua orelha que é o teu maior ponto fraco, que te faz perder o controle quando eu digo, bem baixinho e mordendo, que teu pau dentro de mim tá gostoso demais e que eu quero um tapa na bunda.
Rezo e murmuro palavras sem sentido no vapor quente do banheiro, no edredom que se enrola nas minhas pernas agitadas e trêmulas. Rezo pra Nossa Senhora da Bicicletinha me dar equilíbrio pra seguir esperando o fim do semestre, o fim dos teus compromissos, o fim dessa abstinência forçada.
E quando isso tudo acabar, reza. Reza, roga, implora, suplica e me rende todas as homenagens do mundo.
Junta o santo e o profano, junta a gente.


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