quarta-feira, 7 de agosto de 2013

sábado, 3 de agosto de 2013

(Des)rotina

Onde está o leite?
...
Ah, na geladeira
(abro o microondas)

Essa, meu bem, sou eu fora do ar depois do nosso encontro. Procurando leite no microondas e colocando café em um pires. Tudo do avesso e a cabeça em outro lugar. Longe, bem longe depois de todas as sensações que eu passei sob teus carinhos na paz do apartamento vazio. Paz essa que só existia do lado de fora, porque do lado de dentro eu era puro caos.
Nossa busca por saciedade mexeu com as estruturas do prédio – e com as minhas também. O prédio pode até ir abaixo com a pressão e a velocidade dos nossos quadris, mas eu, ah, eu só vou acima, infinitamente. Tão infinitamente que morro por segundos infinitos. Le petit mort. Fecho os olhos com força e todo o meu corpo treme em cima do teu. Meu grito ainda atravessa as paredes e incomoda a vizinha pouco amada. Teu corpo suporta a força e a urgência do meu, urgentemente desabando prazerosamente. Pouco a pouco meu coração bate de novo e eu recomeço o ato automático de respirar.
Abro os olhos devagar, ainda entorpecida pelas sensações que teu corpo me causa de dentro pra fora. Encontro tua boca esperando pra me cobrir de beijos com teus olhos risonhos. Ainda preciso-te, devagar e urgentemente, como diz a música. Ainda de perna bamba e mole, vou beijando teu peito, mordiscando tua barriga e sorrindo, já sabes que eu preciso te engolir e te esquentar, da maneira mais doce e branda. Não tenho nem coragem de dizer que é uma recompensa, seria imensa mentira. É prazeroso demais pra mim para ter audácia de dizer que é só teu presente.
De boca gelada propositalmente, vou beijando perto do teu delicioso amigo. Ele me espera, eu sei. Mas eu também fui torturada pela tua lentidão proposital em me preencher, aguente firme. Beijo-te bem na ponta, com um toque de língua. É pouco pra mim, quero inteiro, aquecido. Engulo por completo, fazendo uma leve pressão com a língua dentro da boca. Teu gosto de suor e gozo é absolutamente perfeito - meu sabor favorito! E numa dança arrítmica de lábios, língua, mãos e saliva, vou te acariciando, presenteando e me presenteando com as tuas sensações, teu gosto, teus olhos risonhos, até que eu tenha de novo teu gosto pela boca e teu calor escorrendo pelo rosto. Sujar-se nunca foi tão prazeroso como é ao teu lado.
Ainda temos tanto por fazer e tão pouco tempo nos resta. Preciso de pausa, porém curta. Meu quase desespero incontrolado de provocações e prazeres não pode ficar muito longe dos teus desejos tão correspondentes aos meus. E poderia?


quinta-feira, 1 de agosto de 2013

4:13am

“preciso não dormir até se consumar o tempo da gente”
Não dormi. Não dormi bem antes de te ver chegar e muito menos depois da tua partida. Morfeu me abandonou e mandou a euforia no lugar. E dessa brincadeira toda, como convencer os olhos a ficarem fechados se a serenidade me abandonou? Procura, procura por aí que ela deve ter ficado no teu bolso – ou talvez na tua boca. Quem sabe estivesse pelas roupas no chão e eu varri sem querer pro lado de fora de casa.
Agora, depois que os lençóis já estão frios e meus pés voltam à temperatura glacial que são sem teu calor, eu me viro e remexo nessa cama tão pequena que sem outro corpo parece uma king size. Ainda sinto o arrepio da barba e minha boca se abre esperando teu corpo agora ausente. Fecho os olhos tentando estender o prazer que a tua língua ágil me deu por todas essas horas e quase sinto a tua invasão lenta e torturante. BOOM! Estou pronta pra mais horas de provocações, jogos de sedução e risadas inesperadas.
Meu lençol traz o sinal que eu já estou sozinha e o cansaço do corpo me lembra que já é tarde, mas, se tivesse teu olhar de fome, teu desejo de corpo aqui e agora, estaria pronta a correr uma maratona, saltar, dar acrobacias e cavalgar por muito tempo.


Quem sabe a ausência te deixe corroído de vontades e meu gosto apareça na tua boca e queiras aparecer por aqui, só pra gente conversar. Prometo, é só conversa e nada mais.