terça-feira, 1 de abril de 2014

Cão e gato

Quando a gente se encontrar de novo, eu só tenho um pedido a te fazer: briga comigo. Sei lá, puxa qualquer assunto. Diz a mídia manipula, que filme dublado é melhor que legendado, qualquer coisa. Só não me ofende nem me magoa, mas me deixa com raiva, muita raiva. Aquela que eu não consigo nem falar direito, que meu rosto esquenta e a veia do pescoço fica pulsando de ódio.
Aí, quando eu estufar o peito e ficar na ponta dos pés pra gritar contigo, passa a mão pelo meu cabelo e puxa. Pra tua boca ou só puxa. Eu vou ficar em silêncio e vou querer te bater. Me segura forte pelo braço e devora meu pescoço, meu ombro, meu queixo.
Quando chegar na minha boca, não poupa esforços. Se você realmente me deixou com raiva, eu vou querer te matar e te bater até sentir minha mão doer, mas ignora. Suga minha alma e minha mente pela minha boca e me deixa sem ação. Joga no chão frio da sala se for preciso, só esfria esse fogo. Esse fogo que eu tenho comigo todos os dias e esse fogo novo que você acendeu pra poder apagar agora.
Me prensa na parede, mas faz com a mesma raiva e a mesma força que eu jogo meu corpo contra o teu e fujo-não-fujo dos teus braços rápidos. Aperta na minha bunda pra doer, pra eu chorar de raiva e dor. Raiva de ser submissa e à mercê das tuas vontades, e raiva por eu ser tão deliciosamente suja a ponto de tremer inteira quando sei que meu futuro daqui a minutos é a completa subordinação.
No meio, pode até soltar uma dessas frases 'fica mais linda ainda brava', vou rir e te odiar mais ainda, e querer te dar a todo custo.
Vai, dessa vez pode rasgar minha blusa, estourar o fecho do sutiã. No outro dia, jogarei fora com a cara mais feliz e fodida do mundo. Há sempre um jeito certo de estragar as roupas.
Me puxa pro canto da cama, segura minhas pernas com força e chupa. Eu vou querer sair dali (como sempre), mas não deixa! Agarra e me obriga a sentir tua língua me fodendo, tua barba me arranhando e me força a ter um orgasmo com a tua língua brincando com o meu cu.
Depois fode. Com força, socando fundo e me prendendo no teu abraço. Enfia na minha buceta e me bate, me manda calar a boca e nunca mais gritar contigo, e que quem manda na porra dessa casa não sou eu. Me vira de costas, empina minha bunda e come meu cu sem me pedir. Deixa tua mão no meu cabelo e me xinga no pé do ouvido. 'Cachorra, piranha, vagabunda, puta, minha puta, MINHA puta, safada, gostosa, linda, eu amo você!'
E goza, goza no meu corpo inteiro. Me dá um beijo suado, finalmente leve, e me puxa pra perto. Agora minha raiva já passou.
Prometo que nunca mais quero brigar.
Quê?! Eu disse 'prometo'? HÁ, duvido...