O céu já clareou milhares de vezes desde que eu decidi que precisava dormir.
Uma pena que precisar está muito longe de conseguir, tão longe quanto meu corpo do que eu preciso agora.
Um relâmpago brilha mais uma vez e eu tremo inteira. Ao tremer eu te ouço dizer de novo "treme, cachorra". E aí eu me perdi inteira em sensações e saudades.
Agarro meu cabelo com força e arrepio. Lembro tuas mordidas pelo meu pescoço. Sacana.Quente. Mortal pra mim.
A noite desaba em roncos infernais que só me fazem remexer pela cama. Só tem meu corpo aqui. Só tem minha boca aberta, sem nada pra devorar, lamber, e te olhar com uma cara safada e um sorriso.
Os pingos de chuva batem na janela com a mesma força que eu desejo agora. Forte. Fundo. Ritmado. Suado. Molhando o corpo inteiro e deslizando pra dentro enquanto eu te olho de cima, segurando teu rosto e te provocando com a boca.
Não, dessa vez não vai dar. É vício. Preciso da gente mais um pouquinho. Solto o coque que prende os cabelos e ajeito as mechas rebeldes atrás das orelhas. Abro a janela pra que o som da tempestade me invada, preencha de alguma forma que eu não sei qual é.
Me faltam dedos, boca, barba, força, voz. Falta tudo, só não falta esse tesão absurdo enquanto o mundo se acaba em água e relâmpago.
A roupa arrasta pela pele devagar e me arrepia. Antes de me tocar, já me sinto escorrer e pulsar. Sinto tanto! Fecho os olhos e sinto teus beijos pela minha barriga, coxa, pés, virilha.
Suspiro e coloco um dedo na boca. Chupo devagar, como eu te chuparia se estivesse aqui. Passo o dedo por dentro dos lábios, bochechas, brinco com a língua ao redor. É teu dedo, não meu. É teu corpo, não meu. Deslizo pela língua e levo até o fundo da garganta. Aperto os olhos e seguro a ânsia. Seguro com gosto. Poucas sensações são tão boas quanto ter garganta invadida pelo teu pau até borrar meu olho. Isso arrepia e me contrai o corpo inteiro. Preciso mais e mais fundo.
Passo a mão pelo meu peito e agarro forte. Arranho. Quero marcas. Quero provas de uma luta feroz e brutal. Dura. Daquelas que quanto mais bate, mais provoca. Daquelas que a gente tem quando o toda a putaria do mundo vem morar em cima da nossa cama.
Coloco um dedo, que desliza tão fácil que me faz soltar um gemido. Coloco mais um. Quero sentir meu gosto. Tiro os dois dedos e chupo com força. Delícia! Tem gosto de puta gostosa.
Chupo um dedo enquanto a outra mão desce e me fode. Fode rápido e sem piedade, fode com a força que o mundo tem lá fora. Fode do jeito que uma cachorra, bandida, piranha merece e quer agora.
O quarto ilumina mais uma vez e dessa vez o ronco é forte. "Caralho!". Não pude segurar mais. Gozei e gritei alto. Gemi. Tremi. Gozei de novo. Mordi o travesseiro e entrei em desespero.Não podia parar. Tocava mais forte e mais rápido. Dois eram pouco ainda. Eu mal comecei...
Abri bem e puxei os lábios com cuidado, com o mesmo cuidado que sinto puxar enquanto tua língua me fode incrivelmente. Escorre sem parar e meu lençol já tem uma mancha embaixo de mim.
Estava tão sensível que qualquer toque transitava entre inferno e paraíso. Molhei os dedos na água gelada e os coloquei por cima. Uma leve pressão e um leve arrastar de dedos por cima do ponto certo provocaram ondas deliciosas. Sem muito esforço, senti o corpo se jogar na fúria de um orgasmo forte, de gritar e chorar, bater pernas em desespero e agonia, deixando o corpo tremendo e um sorriso sacana pendurado no canto da boca.
Agora faz frio, porque eu tô suada e falta um corpo que me esquente. Espero que dessa vez seja suficiente pra me fazer parar. Ainda sinto escorrer. Tesão. Do. Caralho!!
Não adianta. Hoje não há santo - cristão ou pagão - que me faça dormir. Eu preciso. Deeply